Como ocorre, em geral, a história do livro está associada ao jornal e, em Rio Grande, isso também ocorreu, pois os primeiros livros saíram das tipografias que publicavam os jornais locais. Assim, a impressão local começou a ocorrer somente quando Francisco Xavier Ferreira trouxe uma tipografia para publicar o jornal O Noticiador, fundado em 3 de janeiro de 1832. Em outubro de 1832, O Noticiador estampa anúncio de que já havia duas tipografias em Rio Grande, referindo-se também à tipografia do jornal O Observador, provável propriedade do seu editor Guilherme José Corrêa.
Em 1833, o jornal O Propagador da Indústria Rio-Grandense era editado em tipografia própria, mas não há dados sobre qual seria, exatamente. Ainda nessa década, há a indicação da existência da tipografia de Sabino Antônio de Souza Niterói, denominada inicialmente de Mercantil, e posteriormente de Niterói, sempre restrita à publicação de jornais.
Já na década de 1840, Lourival Vianna (1977, p. 61) afirma que o jornal Rio-Grandense - e podemos pensar que consequentemente sua tipografia - foi sucessivamente vendida e revendida: apareceu em 1845 sendo impresso na tipografia Pomatelli; em 5 jul. 1847, foi vendida para Perry de Carvalho; em 1° maio 1849, foi revendida a Antonio Bonone Martins Viana e, em setembro de 1850, a Bernardino Berlink.
Ao longo da década de 1850, ocorreram a abertura da tipografia dos jornais Diário de Rio Grande e Comercial e as transferências das empresas de Cândido Augusto Mello (de Pelotas, onde publicava o jornal Imprensa) e de Pedro Bernardino de Moura (de Jaguarão, onde publicava o jornal Eco do Sul). O jornal Diário de Rio Grande de 21-22 jul. 1862 dá uma notícia sobre abertura de outra gráfica: “Agora, consta a cidade de Rio Grande quatro estabelecimentos desta ordem, sendo três de folhas diárias e mais misteres, e uma só para obras” (p. 2), que seriam, além da própria tipografia do Diário, a dos jornais Eco do Sul e Comercial. Fica, no entanto, a dúvida de qual editora “só para obras”, pois não se conhece nenhuma obra publicada em Rio Grande nesse período de outra tipografia.
Na década de 1860, constavam ainda as tipografias próprias do jornal Aurora do Sul e do Artista. E, ao final da década, surge a tipografia da revista Arcádia, marco divisor da literatura sul-rio-grandense, conforme proposto por Guilhermino Cesar em seu História da literatura do Rio Grande do Sul.

 

 

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